Primeiro simpósio de rewilding em Portugal de grande sucesso

Outubro 24, 2022

O simpósio, que ajudou a promover o rewilding no contexto europeu e português, contou com uma série de apresentações de líderes no pensar desta abordagem de rewilding. Até agora, atraiu mais de 2.000 visualizações online.

Evento pioneiro

O primeiro simpósio de rewilding em Portugal decorreu nos dias 22 e 23 de setembro no Parque Natural da Quinta do Pisão (membro da European Rewilding Network), logo às portas de Lisboa. Organizado pela Rewilding Portugal e pela Cascais Ambiente, este evento ajudou a aumentar a disseminação do rewilding e da agenda da Rewilding Portugal e da Rewilding Europe nesta matéria e segundo esta abordagem de conservação de natureza. Com a presença de vários especialistas em rewilding e conservação, decorreram muitas discussões produtivas relativamente às oportunidades e aos desafios do rewilding em Portugal.

O simpósio, apenas por convite de forma presencial, contou com a presença de ONGs, representantes do governo, estudantes universitários e outros parceiros da Rewilding Portugal. O evento também foi transmitido online gratuitamente e já foi assistido online por mais de 2.000 pessoas. A primeira oradora do evento foi Raquel Filgueiras, Diretora de Rewilding na Rewilding Europe.

“Este foi um evento realmente pioneiro, produtivo e bem organizado, que ajudou a reforçar a validade e legitimidade da agenda de rewilding europeia”, diz Filgueiras. “Serviu como uma ótima plataforma para falar sobre o rewilding em contexto português, bem como o que distingue o rewilding da conservação tradicional da natureza.”

 

O simpósio contou com a presença de ONGs, representantes governamentais, estudantes universitários e outros parceiros da Rewilding Portugal. FERNANDO TEIXEIRA

 

Discussão diversa e produtiva

O programa do simpósio contou com apresentações de vários especialistas em rewilding (renaturalização) e conservação, incluindo Humberto Rosa (o Diretor para a Biodiversidade na Comissão Europeia), Pedro Prata (líder de equipa da Rewilding Portugal), Jordi Palau (Fundación Española de Renaturalización e um membro do board diretivo da nova Rewilding Spain), Henrique Miguel Pereira (iDivCIBIO/BIOPOLIS), Carlos Albuquerque, diretor do Departamento de Conservação de Natureza e Biodiversidade do ICNF, e Ana Salomé (Symington Family Estates).

Os temas destas apresentações incluíram o papel do restauro ecológico, o potencial do rewilding para cumprir os objetivos de restauro ecológico e conservação da natureza em Portugal, a herbivoria natural e o seu papel na mitigação do risco de incêndios catastróficos, a gestão de áreas classificadas e protegidas em Portugal e o restauro ecológico à escala da paisagem dentro destas, e economias baseadas na natureza e o papel da iniciativa privada na conservação da natureza.

“Este simpósio marcou um ponto de viragem em termos de como a conservação da natureza é percebida em Portugal, e do que pode ser feito se formos criativos e ambiciosos”, afirma Pedro Prata, líder de equipa da Rewilding Portugal. “Foi importante ter um encontro onde estiveram presentes tantas organizações e entidades com responsabilidades no espaço de conservação, para debater e co-definir o futuro do rewilding neste país.”

Os participantes no simpósio tiveram ainda a oportunidade de usufruir de duas visitas à Quinta do Pisão para testemunhar em primeira mão os esforços de rewilding que ali se realizam – uma à noite para observação de morcegos e aves, outra durante o dia para conhecer melhor o espaço.

 

Pedro Prata, líder de equipa da Rewilding Portugal, apresenta o trabalho e iniciativas da organização. FERNANDO TEIXEIRA

 

Foco para o futuro

Hoje, a equipa da Rewilding Portugal está a trabalhar arduamente para renaturalizar o Grande Vale do Côa, com o objetivo de criar uma paisagem natural mais saudável, totalmente funcional e resiliente, completa com uma enorme variedade de espécies de vida selvagem e uma próspera economia baseada na natureza. Ao demonstrar o enorme potencial do rewilding, espera-se que os seus esforços motivem outras iniciativas portuguesas de rewilding a seguirem o seu exemplo.

“A consciência para o rewilding está definitivamente a aumentar em Portugal”, diz Raquel Filgueiras. “Uma das perguntas que surgiram neste simpósio foi: ‘porque não é o rewilding em Portugal realizado de forma mais ampla?’ Tal como acontece com o rewilding em contexto europeu, está realmente na altura de ganhar escala.”

 

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