Os jovens representam uma peça chave no futuro do rewilding por todo mundo, e na Europa foi com esse intuito que foram criados os European Young Rewilders, também com trabalho realizado e a crescer em Portugal.
Em 2019, a organização foi fundada com o nome de Young Rewilders Community, quando Aleksandrina Mitseva foi nomeada como o membro mais jovem do Conselho de Supervisão da Rewilding Europe. O seu papel foi criado para acomodar o enorme interesse dos jovens no trabalho da Rewilding Europe. Ela, juntamente com outros cinco jovens inspirados e a equipa de comunicação da Rewilding Europe, imaginaram a criação de uma comunidade que ajudaria a conectar, envolver e educar jovens interessados em rewilding.
Em 2022, a organização foi reestruturada e, liderada pela nova coordenadora Giulia Testa, nasceu a European Young Rewilders. Graças ao apoio de uma equipa fantástica de voluntários, a rede EYR esforça-se agora por ligar, capacitar e envolver os jovens no rewilding em toda a Europa.
No inicio de 2023, formaram-se núcleos por alguns países europeus, e foi assim que os European Young Rewilders Portugal surgiu. Este grupo de jovens voluntários e entusiastas liderados por um contacto nacional, contam atualmente com dezasseis elementos formados em diversas áreas, desde a biologia à engenharia e à fotografia.
Distribuídos por várias zonas do país e alguns no estrangeiro, começaram a delinear uma visão estratégica e uma abordagem motivada a fazer a diferença no que toca ao rewilding no nosso país, com foco para já em três pilares: educação, sensibilização e networking.
No que toca ao networking, foram contactados parceiros estratégicos dentro do movimento, como é o caso da Rewilding Portugal no Vale do Côa, Cascais Ambiente e Sylvester, na Zona de Lisboa, e a Herdade de Alagães em Mértola, no Alentejo.
Atualmente estamos a desenvolver um conjunto de atividades com a Sylvester como é o caso de um manual de intervenções de rewilding para proprietários com terrenos até 10 hectares, tanto em meio urbano como rural, que deverá ser lançado e apresentado no primeiro semestre do próximo ano e conta com supervisão da Rewilding Portugal. Isto para além da colaboração já realizada numa ação de voluntariado de limpeza de infestantes numa área onde atuam.
No caso da Cascais Ambiente e da Herdade Alagães, fizemos os primeiros contactos e visitas, para que se elaborem planos de atividades que vão passar por ações de educação ambiental e colaboração em trabalhos de restauro ecológico.
Neste novo ano que está a chegar, pretendemos continuar com as ações que temos vindo a desenvolver, fortalecer as relações atuais. Esperamos vir a colaborar com outras organizações e entidades, em várias zonas do país, que partilhem da mesma visão que nós e também ver o nosso grupo crescer com mais jovens amantes da natureza.
No que toca a ter decicido aderir a esta comunidade e mais tarde me ter candidatado a ser o contacto nacional, foi em parte pela paixão que tenho desde tenra idade, já que mesmo que que não tenha seguido um caminho tradicional na área da biologia ou ecologia como muitos dos voluntários, são disciplinas pelas quais sempre me interessei e que aprofundei nos últimos três anos. Creio que aliando a minha experiência em comunicação e gerir equipas, e ainda uma aprendizagem autodidata, à excelente capacidade dos restantes membros, esta conjugação pode ser uma mais valia para o movimento e podemos vir a desenvolver parcerias e projetos de sucesso que sejam um exemplo no futuro, como também estarmos a colaborar directamente no progresso do rewilding no nosso país.
Porque Portugal precisa de voltar a ser selvagem, desde as zonas do interior ao litoral, do norte até ao sul, não só com o objetivo melhorar o seu património natural e a melhorar ecossistemas, mas também como forma de mitigar as alterações climáticas e a perda da biodiversidade que enfrentamos atualmente. Um Portugal onde o rewilding pode ser a abordagem “standard” pode existir, mas nunca sem os jovens na equação! Contamos com o vosso apoio?