“Se o preço a pagar é a própria biodiversidade, não lhe chamem energia verde”
Posição oficial da Rewilding Portugal sobre o Projeto SOPHIA (Central Solar Fundão–Penamacor) e LMAT associadas
Posição oficial da Rewilding Portugal sobre o Projeto SOPHIA (Central Solar Fundão–Penamacor) e LMAT associadas
O 2.º Simpósio Nacional de Rewilding, com o tema “O Regresso da Vida Selvagem”, realizado entre 3 e 4 de novembro na Galeria da Biodiversidade, foi um sucesso de adesão, reunindo mais de 2.000 espectadores online e mais de 100 participantes presenciais por dia, esgotando praticamente a capacidade do espaço e confirmando o crescente interesse público pelo rewilding e pelo restauro ecológico em Portugal.
Este verão, incêndios florestais devastadores varreram a Europa, com Espanha e Portugal a revelarem-se os países mais afetados. À medida que condições meteorológicas extremas se tornam mais comuns, o restauro do pastoreio natural pode ajudar a prevenir o acúmulo de vegetação inflamável e reduzir a gravidade, a escala e o impacto dos incêndios.
A Rewilding Portugal inaugura no próximo dia 1 de setembro a sua segunda unidade de alojamento local – a Casa do Brigadeiro, situada na aldeia da Miuzela, concelho de Almeida. Depois do sucesso do Centro Rewilding em Vale de Madeira (Pinhel), que continua aberto e com cada vez mais serviços e procura, esta nova abertura reforça a presença da organização de conservação de natureza e respetivo turismo associado no território do Grande Vale do Côa, ampliando a capacidade de acolhimento de visitantes e promovendo a ligação entre conservação da natureza e património cultural.
Na encosta de Figueira de Castelo Rodrigo, no coração do Grande Vale do Côa, a Quinta Vale do Tourão é muito mais do que uma exploração agrícola, é isso que a torna tão especial e comprometida com a Rede Côa Selvagem, da qual é membro. É o reflexo de um regresso consciente à terra, onde natureza e gente reencontram o seu lugar. Depois de uma década em França, Telma Lourenço e Xavier Mendo decidiram voltar às origens e transformar a quinta da família num espaço vivo de reconexão — com a paisagem, com a herança rural e com os ciclos naturais.
Um estudo de três anos realizado no Grande Vale do Côa, em Portugal, demonstrou que o pastoreio de cavalos semi-selvagens em liberdade pode ajudar a reduzir o risco de incêndios florestais e aumentar a biodiversidade nas paisagens mediterrânicas. O estudo também destacou o facto de que, quando grupos de diferentes herbívoros pastam nas mesmas paisagens, isso pode ser ainda mais eficaz na redução do risco de incêndio.
Após séculos de ausência, surgiram finalmente evidências da presença do castor-europeu (Castor fiber) em território português, na sequência de uma monitorização da Rewilding Portugal em zona de fronteira com Espanha. A dispersão natural deste verdadeiro engenheiro dos rios para território português representa não apenas o regresso de uma espécie outrora extinta localmente, mas também um dos passos mais significativos no rewilding aquático dos nossos rios em Portugal.
A Rewilding Europe e a Rewilding Portugal estão entusiasmadas por apresentar a Wilder Places – uma nova plataforma de reservas de viagens que está a ser criada. Como parte do compromisso da Rewilding Europe em aumentar o turismo de rewilding nos diferentes países em que opera, por exemplo em Portugal em parceria connosco, a Wilder Places oferecerá em breve aos viajantes amantes da natureza experiências significativas e impactantes nas nossas prósperas paisagens de rewilding. Registe-se agora para se manter informado.
Com a ajuda da Rewilding Portugal, foi recentemente concedida ao primeiro proprietário no Grande Vale do Côa, no concelho do Sabugal, uma licença para deixar carcaças de gado no campo. Espera-se que este momento marcante para a conservação dos abutres conduza à atribuição de mais licenças, ampliando os benefícios para estes icónicos necrófagos, para os agricultores locais e para a sociedade em geral.
Publicado na revista científica Fire Ecology, este estudo analisa as variáveis associadas à ocorrência de incêndios florestais no Grande Vale do Côa no período 2001-2020. Este estudo fornece mais informações sobre a história do fogo e os fatores de risco, demonstrando que os esforços para reduzir o risco de incêndios florestais catastróficos nas regiões mediterrânicas podem beneficiar de uma abordagem mais holística da gestão da paisagem que tenha em conta vários fatores ecológicos, socioeconómicos e climáticos. O rewilding pode ter um papel fundamental a desempenhar nessa abordagem.